segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ARTIGOS

Progresso e meio ambiente

Ilva Facio Netto Lasmar


Houve um tempo, não muito distante, em que o grau de desenvolvimento ético-técnico-científico da humanidade requeria um tipo de progresso que trouxesse alívio para os males que afligiam os seres humanos, principalmente para a miséria, a fome e as doenças.

A resolução, em parte, desses problemas começou a vir do desenvolvimento econômico, implementado na era industrial, cujo modelo de desenvolvimento fundava-se na exploração da mão de obra e dos recursos naturais. À época, os recursos naturais existentes, quando comparados às necessidades da população mundial, davam-nos a impressão de que eram inesgotáveis.

A era industrial, com efeito, propiciou um progresso econômico-técnico-científico num espaço de tempo e numa proporção sem registro na História. Todavia, esse progresso trouxe consigo também a explosão demográfica mundial e a poluição e/ou a destruição do meio ambiente e dos recursos naturais.

O modelo econômico perfilhado começou, com isso, a encontrar limites na realidade material da Terra, ou porque dado patrimônio natural é esgotável, ou porque ele está degradado e, portanto, inservível às necessidades do ser humano, ou porque simplesmente ele não consegue se regenerar no tempo e na quantidade que nossa sociedade de industrial consumo dele exige.

Está, portanto, colocado para nossa geração o seguinte dilema: continuar crescendo economicamente a qualquer preço e sob pena de levar a natureza e a humanidade ao colapso ou crescer sustentavelmente, isto é, de forma gradual, consciente, social e ambientalmente responsável. É simples assim!

Nós ambientalistas, com toda nossa ingenuidade e quiçá nossa ignorância, optamos pelo desenvolvimento sustentável. Afinal, priorizamos a vida digna!

* Artigo publicado no jornal Tribuna de Minas, de 03.12.2010.