terça-feira, 17 de maio de 2011

A QUALIDADE AMBIENTAL DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA ESTÁ EM PERMANENTE RISCO*

Rafael Ribeiro de Almeida  Acadêmico do Curso de  Pós-Graduação  em Gestão Ambiental em Problemas Urbanos – Estácio de Sá (Juiz de Fora – MG).


*Trabalho apresentado   para a  disciplina “Qualidade Ambiental das Bacias Hidrográficas Urbanas”, ministrada pelo professor Wilson Acácio


A dinâmica das bacias hidrográficas é expressa pela interação dos subsistemas, corresponde à área drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes, que formam, dessa maneira, uma rede hidrográfica. Geralmente é partir do relevo que denomina o limite de cada bacia, chamados de divisores de água.
A qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica está em permanente risco? A minha resposta é: Sim. Devido a todas as interações de que ela depende fica quase impossível controlá-la e preservá-la de forma pura e intacta.
Depende da qualidade da água em todo seu curso, desde a montante á jusante, lembrando que durante o curso d´água esta recebe diversos organismos de diferentes corpos receptores e que com eles carregam toda poluição por onde passam, seja poluição doméstica, como esgotos sanitários e resíduos sólidos ou ainda industriais. Esta última ainda merece uma atenção maior, pois se não houver o monitoramento, podem ser despejados compostos químicos altamente prejudiciais á saúde humana e a manutenção do efluente. É válido ressaltar que um processo importantíssimo que ajuda na conservação da qualidade das águas e consequentemente de uma bacia, é o processo de autodepuração, que é a capacidade de um corpo de água tem, após receber uma carga poluidora, através de processos naturais (físicos, químicos e biológicos), recuperar suas qualidades ecológicas e sanitárias, aumentando a concentração de oxigênio dissolvido e reduzindo a concentração da demanda bioquímica de oxigênio (DBO).
Depende também principalmente da ação antrópica gerada, pois ela é primordial para a qualidade de uma bacia,o ser humano precisa conservar todo o seu meio que vive, preservando assim toda região englobada da respectiva bacia. A expansão urbana traz consigo enormes modificações na topografia da bacia, quando desordenada agrava ainda mais a situação, pois não são monitoradas as agressões em que o meio sofre. Esgotos lançados, resíduos despejados sem controle, construções inadequadas, são alguns exemplos de modificações realizadas pelo homem que comprometem seriamente a qualidade final de uma bacia hidrográfica. Interligado a expansão urbana surge a industrialização que eleva o desenvolvimento econômico de uma região, mas que por outro lado agrava a questão preservação do meio ambiente, que engloba também toda a área de uma bacia. A presença de uma quantidade elevada de empresas e indústrias faz com que aquela área se torne um risco eminente a qualidade de uma bacia hidrográfica.
Depende de todo relevo que comporta a bacia hidrográfica, de todos seus vales, morros, planícies, planaltos e depressões, com seus níveis e desníveis, pois é através destes moldes que definimos os divisores de água e com eles problemas como: assoreamento, voçorocas e erosões, carregando então todos os detritos para dentro das bacias. Não só o relevo, mas diversos fatores naturais como o clima, precipitação, ventos, solo, vegetação atuam diretamente na formação e na qualidade de uma bacia hidrográfica. O solo, por exemplo, em contato com a água influência em sua qualidade e interfere dependo do tipo de solo no processo de erosão. A ausência ou presença da vegetação interfere junto com a precipitação na quantidade de infiltração de água no solo e na velocidade no escoamento superficial da água. Os ventos modificam estruturas e arrastam junto com as chuvas detritos aos cursos d´água provocando assoreamentos nos efluentes e subafluentes da bacia.
Portanto, a qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica está em permanente risco, devido a todos os fatores de que ela depende para “sobreviver”. E o permanente risco, pode-se dizer que é principalmente a ação humana que age no meio em que se instala de forma predatória, sem chance para uma revitalização natural. As ações antrópicas vêm sendo irreparáveis para o meio ambiente em geral, a quantidade de resíduos gerados, de esgotos lançados sem tratamento, a forma desordenada com que a expansão urbana segue, afetam diretamente e PERMANENTEMENTE a qualidade de uma bacia hidrográfica. Diga-se permanentemente, pois, estamos em crescente crescimento populacional, demográfico e econômico e as preocupações e medidas ambientais não acompanham este ritmo. 

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