terça-feira, 17 de maio de 2011

A era Antropozóica

Os ecossistemas são imensos cosmos com inter relações de fatores bióticos (organismos vivos) e abióticos (matéria e energia), sendo responsáveis pela manutenção da vida no planeta. Os ciclos  biogeoquímicos, fazem a reciclagem da matéria a milhões de anos naturalmente, contando com um empurrãozinho do sol, que entra nesse sistema para fornecer uma imensa quantidade de energia pela fusão do hidrogênio em hélio, necessárias para mover tais ciclos, e o que é melhor de graça.
O homem modifica significantemente os ecossistemas e toda sua biodiversidade, desde a manipulação do fogo. A parti daí as modificações e intervenções tornaram-se gigantescas, por tanto é primordial o conhecimento das leis básicas da natureza e suas inter-relações. Mesmo que a natureza possua auto-regulação que tende ao equilíbrio perfeito, nos a impactamos de forma a alterar e desestabilizar todos os sistemas, e sua capacidade de auto-regulação, pois estamos inserindo nos sistemas uma quantidade muito grande de matéria e energia, que resulta num aumento significativo da desestabilização sistêmica, regionalmente e globalmente.

A terra já passou por vários cataclismas, a milhões de anos atrás, porem vem se organizando, se reestruturando e se adaptando as condições extremas impostas por tais eventos, criando  ambientes estáveis para o desenvolvimento da vida. Porém, nunca tais eventos catastróficos, foram causado por uma espécie. O ser humano, que se tornou um degradador do ambiente, comparável a eventos catastróficos, tão virtuosos que alguns pesquisadores admitem chamar de era Antropozóica, tamanha é a magnitude das transformações causadas pela espécie Homo sapiens.

Outro ponto fundamental é que, o meio ambiente não pode ser entendido como tudo que é natural, seu entendimento tem que ser mais amplo, e passa por inter-relações entre sociedade e natureza.

A sociedade industrial capitalista que preconiza a maximização do lucro, produção e consumo, tem como pilar o pensamento clássico industrial. Para alguns pensadores, essa sociedade pratica a exploração sem limites dos recursos naturais, produzindo uma grande quantidade de resíduos.

Porém a velocidade com que geramos alternativas tecnológicas para esse sistema é mais lenta do que a eliminação, ou desperdício de energia e recursos. Por tanto tem-se o paradoxo: para o capitalismo prosperar é necessário um crescimento progressivo e veloz, num mundo limitado pelos recursos naturais não renováveis, ou seja, finitos.

A sociedade industrial ignora os limites do planeta se manter sadio, e despreza seus avisos, pondo em risco seus biomas, e toda sua biodiversidade. O que está em risco não é a extinção do planeta, pois este já se regenerou de várias catástrofes, o que esta em risco agora é a extinção do homem, e o que é pior... por ele mesmo.

Somos a única espécie capaz de causar a extinção em massa de várias outras espécies, por outro lado, a única capaz de resolver o problema que criamos.

Cassiano Ribeiro da Fonseca

Biólogo, Mestrando em Ecologia pela UFJF

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